ENFERMAGEM INTENSIVA

ENFERMAGEM INTENSIVA

domingo, 27 de março de 2011

Administração de drogas em UTI

Anticoagulantes, Antiplaquetários e Fibrinolíticos
São fármacos que vão atuar na hemostasia e no processo de trombose de três formas distintas:
Ø      Pela modificação da coagulação sangüínea
Ø      Pela modificação da adesão e ativação plaquetárias
Ø      Afetando os processos envolvidos na remoção da fibrina (fibrinólise)
Os medicamentos cardiovasculares podem afetar:
Ø      FC
Ø      O ritmo cardíaco
Ø      A quantidade de sangue ejetado
Ø      A força de contração
DIGOXINA/LANOXIN
F     Fortalece a contração muscular, atua também no SNC aumentando o tônus vagal, promovendo efeito antiarritmico.
F     Melhora a eficiência do coração com a diminuição da freqüência do coração
Ø      Reações adversas:
  • Cefaléia, agitação, alucinação, desmaio, parestesia
  • Hipotensão, extra-sístoles, bloqueios AV
  • Anorexia, vômitos, náusea e diarréia
  • Visão turva, diplopia e fotofobia
DOBUTAMINA/DOBUTREX
F     estimula diretamente os receptores beta-adrenérgicos no coração, aumentando a contractilidade.
Ø      Apresentação - ampolas de 20 ml com 250 mg; 05 ml com 50 mg/ml.
Ø      Indicações:
  • ICC – aumenta o débito cardíaco na IC descompensada causada por depressão da contratilidade
NORADRENALINA/LEVOPHEDE
F     Estimulante cardíaco e vasopressor, potente vasoconstritor que atua nas artérias que atua nas artérias e veias; aumenta a força de contração do miocárdio e aumenta o fluxo de sangue na coronária.
Ø      Apresentação
  • Ampolas de 5mg
Ø      Indicação
  • Hipotensão aguda
  • Anestésico
  • IAM
  • Parada cardíaca
DOPAMINA/REVIVAN
F     Hipertensor que aumenta o fluxo cardíaco e a PA sem modificar a resistência periférica.
F     Aumenta o fluxo da artéria mesentérica. O fluxo renal, a diurese e a excreção de sódio
Ø      Apresentação
  • Ampolas de 10 ml com 50 mg
Ø      Indicação
  • Correção do desequilíbrio hemodinâmico causado por choque, traumas, baixo débito cardíaco, hipotensão e insuficiência renal
}        Nitratos orgânicos – atuam através do relaxamento do músculo liso, reduzem o trabalho cardíaco, dilatam os vasos coronarianos. Exemplos: Nitroglicerina, Dipiridamol e Nitroprussiato
}        Antagonistas do cálcio – bloqueadores dos canais de Ca, exercem o efeito de vasodilatação dos vasos de resistência, diminuindo a pós carga e possuem ação antiarrítmica
Epinefrina – Adrenalina
(Vasopressor)
Ø      Ação:
  •  Estimula receptores adrenérgicos, promovendo vasoconstrição e aumento da PA e da FC
  •  Direciona o fluxo sangüíneo para o coração e o cérebro
  •  É a droga de escolha em todas as modalidades de PCR
  •  Dose inicial recomendada: 1 mg IV, em bolus, podendo ser repetida a cada 3 -5 minutos. Doses superiores devem ser consideradas na overdose de betabloqueadores ou dos bloqueadores dos canais de cálcio
Vasopressina
(Vasopressor)
Ø      Ação:
  •  Hormônio anti-diurético, vasoconstritor potente quando administrada em altas doses
  •  Promove os mesmos efeitos da epinefrina, porém não tem a desvantagem de promover a isquemia, como ocorre com a epinefrina
  •  É uma droga alternativa a epinefrina, uma alternativa aceitável
Ø      Dose recomendada: 40 U IV ou IO  (dose única) substituindo a 1º ou a 2º dose de epinefrina
Atropina
(Antiarrítmico)
Ø      Ação: Anticolinérgico que inibe que inibe a acetilcolina no nódulo AS, o que aumenta a condução do sistema parassimpático, aumentando a condução através do nódulo AV e  o batimento cardíaco.
Ø      Dose recomendada: 1 mg IV/IO a cada-5 min e com dose máxima de 3 mg
Classificação dos Antimicrobianos:
ð     Antimicrobianos que interferem na síntese ou na ação do folato: Sulfonamidas, Trimetoprim
ð     Antibióticos β- lactâmicos: Penicilina, Cefalosporina e Cefaminas
ð     QUINOLONAS: (afetam a DNA-girase) Ciprofloxacina, Norfloxacina
ð     ANTIMICÓTICOS
ð     RETROVIRAIS

Classificação dos Antibiótiocos:
F     PENICILINAS
F     CEFALOSPORINAS
F     TETRACICLINAS
F     AMINOGLICOSÍDEOS (Amicacina, Neomicina, Gentamicina)
F     ERITROMICINAS

Referências:
  1. Rang HP, Dale MM, Ritter JM.      Farmacologia. 4 ed Guanabara Koogan, 2000.
  2. Cintra. Eliane Araújo. Assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
  3. L WW.com. Terapia IV incrivelmente fácil. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

segunda-feira, 21 de março de 2011

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Num hospital, uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou Centro de Tratamento intensivo (CTI) caracteriza-se como "unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar".

Conceito e estrutura

A UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte avançado de vida a pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances de sobreviver, destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial de gravidade. É um ambiente de alta complexidade, reservado e único no ambiente hospitalar, já que se propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas.
As doenças são inúmeras o que torna muito difícil a compreensão de todas elas. Porém, os mecanismos de morte são poucos e comuns a todas as doenças. É atuando diretamente nos ditos mecanismos de morte que o médico intensivista tira o paciente de um estado crítico de saúde com perigo iminente de morte, pondo o mesmo em uma condição que possibilite a continuidade do tratamento da doença que o levou a tal estado (doença de base).
Exemplos mais comuns de doenças que levam a internação em UTI são:
Ainda é funçao da UTI amenizar sofrimento tais como dor e falta de ar, independente do prognóstico.
Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são designados intensivistas. A equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por diversas profissões: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.
As UTI a partir da década de 1930 transformaram o prognóstico, reduzindo os óbitos em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das unidades intensivas, principalmente para controle de pós-operatório de risco.
É muito importante tanto para o paciente como para família compreender a UTI como etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante é aliviar e proporcionar conforto independente do prognóstico. A equipe está orientada no respeito a dignidade e autodeterminação de cada pessoa internada, estabelecendo e divulgando a humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos vivenciados através do paciente e família. A UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico, porém impõe nova rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos amigos, que pode ser amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a interação família-paciente com a equipe, apoiando e participando das decisões médicas.
A UTI tem suas origens nas unidades de recuperação pós-anestésica (URPA), onde os pacientes submetidos à procedimentos anestésico-cirúrgicos tinham monitorizadas suas funções vitais (respiratória, circulatória e neurológica) sendo instituídas medidas de suporte quando necessário até o término dos efeitos residuais dos agentes anestésicos.

Era Florence

A Unidade de Terapia Intensiva é idealizada como unidade de monitoração de paciente grave através da enfermeira Florence Nightingale.
Em 1854 inicia-se a Guerra da Crimeia na qual Reino Unido, França e Turquia declaram guerra à Rússia. Em condições precárias a taxa de mortalidade atinge 40% entre os soldados hospitalizados.
Florence e mais 38 voluntárias por ela treinadas partem para os Campos de Scutari. Incorporando-se ao atendimento a mortalidade cai para 2%. Respeitada e adorada, torna-se referência entre os combatentes e importante figura de decisão. Estabelece as diretrizes e caminho para enfermagem moderna.

Era Dandy

Walter Edward Dandy nasceu em Sedalia, Missouri. Recebeu sua A.B. em 1907 através da Universidade de Missouri e seu M.D. em 1910 através da Universidade e Escola de Medicina Johns Hopkins. Dandy trabalhou um ano com o Dr. Harvey Cushing no Hunterian Laboratório do Johns Hopkins antes de iniciar seu internato e residência no Johns Hopkins Hospital. Ele trabalhou na Faculdade de Johns Hopkins em 1914 e permaneceu até sua morte em 1946. Uma das mais importantes contribuições para neurocirurgia foi o método de ar na ventriculografia, no qual o fluido cerebroespinal é substituído por ar para dar forma a imagem ao raio X do espaço ventricular no cérebro. Esta técnica era extremamente bem sucedida para identificar as lesões e alterações cerebrais. O Dr. Dandy também foi pioneiro nos avanços das operações para a doença da neuralgia do glossofaríngeo e de Ménière, e publicou os estudos que mostram a participação de discos projetando-se na dor ciática.

Era Peter Safar

Peter Safar, o primeiro médico intensivista, nasceu na Áustria, filho de médicos, e migrou para os Estados Unidos após permanecer no campo de concentração nazista. Formou-se médico anestesista e na década de 1950 estimulou e preconizou o atendimento de urgência-emergência. Ainda nesta época formulou o ABC primário em que criou a técnica de ventilação artificial boca a boca e massagem cardíaca externa. Para estes experimentos contava com voluntários da sua equipe o qual eram submetidos a sedação mínima. Ainda, através de experimentos, concretizou para o paciente crítico as técnicas de manutenção de métodos extraordinários de vida. Na cidade de Baltimore estabeleceu a primeira UTI cirúrgica e em 1962, na Universidade de Pittsburgh, criou a primeira disciplina de "medicina de apoio crítico" nos Estados Unidos. Iniciou os primeiros estudos com indução da hipotermia em pacientes críticos. Como últimas contribuições elaborou os projetos das ambulâncias-UTI de transporte, fundou a Associação Mundial de Medicina de Emergência e foi co-fundador da SCCM (Society of Critical Care Medicine), o qual foi presidente em 1972.

Equipamentos

Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão:
  • Termômetro
  • Oxímetro de pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira contínua.
  • Eletrocardiográfico, com freqüência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no tórax.
  • Monitor de pressão arterial
  • Capnógrafo
  • Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco
  • Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo período.
  • Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da diurese ( volume urinário ), é necessário introduzir sonda na uretra ( canal urinário ) até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais baixos.
  • Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a mascara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispnéicos ( falta da ar ).
  • Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao coração. Fino, da espessura da uma carga de caneta, é introduzido através do pescoço ou no tórax ( infraclavicular – abaixo da clavícula ). Permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor.
  • Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traquéia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se.
  • Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do sistema respiratório. Os equipamento modernos permitem maior interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame ventilatório, que é gradual.

Técnicas

  • Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação (tranqüilizante e indutor de sono ) e analgesia ( abolição da dor ) contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido” , não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, recordam como “horas” .
  • As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como sepse. Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.
Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do Hospital.
  • Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traquéia e laringe. Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente simples, consiste na abertura da traquéia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula plástica em substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador mecânico.
  • Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.
  • Catéter de PIC: Catéter em geral provisório introduzido na porção superior da cabeça para drenagem liquórica de alívio.
  • Catéter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de líquido intraabdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente ou não.

Exames complementares de rotina

Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:
  • Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem da uréia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a integridade renal.
  • Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria radial situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos principais gases do sistema respiratório tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método para avaliação da boa função pulmonar.
  • Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames (líquidos) e infecções como a broncopneumonia.

Equipe multiprofissional e interdisciplinar

  • Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como todo.
  • Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.
  • Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas úlceras de pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas específicas e controle do ventilador mecânico.
  • Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte calórico, protéico, glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições nutricionais.
  • Psicólogo intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio terapêutico necessário.
  • Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou pessoais.

sábado, 12 de março de 2011

CÁLCULOS DE MEDICAÇÕES

REVISÃO DE REGRA DE TRÊS SIMPLES

Regra de três simples é o procedimento para resolver um problema que envolva quatro valores de duas grandezas relacionadas onde conhecemos três e determinamos outra.


REVISÃO DE REGRA DE TRÊS SIMPLES

Para montarmos a regra de três simples, devemos saber ler o que o produto nos informa quanto suas grandezas. Essa prática é aplicada para qualquer medicação que utilize regra de três.


LEITURA DE RÓTULO

Neste exemplo temos: 20ml de produto para Cada 1 ml

DICA: Sempre que na leitura do rótulo existir por 1 ml.

? mg / ml, significa


GRUPO DE GRANDEZAS
5ml

100mg

100ml


Grandezas iguais: 100ml e 5ml Grandezas diferentes: 100mg


LEITURA DE RÓTULO

Neste exemplo temos: 100mg do produto em 5ml

O vidro contém 100ml do produto total

PROBLEMA

a-) Tenho um vidro de xarope de 100ml com 100mg a cada 5ml. Quantas mg o vidro do xarope possui?
1 ) coloca-se grandezas iguais embaixo de grandezas iguais.
2 ) a pergunta do problema é sempre representado por X


100mg 5ml X mg 100ml


PROBLEMA

3 ) Multiplica-se em X
4 ) Transforma-se em divisão 5º) Obten-se o resultado


100mg 5ml X mg 100ml x.5 5x X = = 100.100 10.000 5


passa dividindo


10000 5 = 10000 5 X= 2000mg

RESPOSTA No vidro de xarope existem 2000mg de um determinado produto


APLICAÇÃO A UMA PRESCRIÇÃO

1-) Foram prescritos 500mg VO de Keflex suspensão de 6/6h. Tenho no posto de enfermagem vidros de 60ml de Keflex de 250mg/5ml.Quantos ml devemos administrar?

Montando a regra de três 1ª linha 2ª linha -Tenho PM

250mg 5ml 500mg X ml x . 250 = 500.5 x . 250 = 2500 x = 2500 250 X = 10 ml

RESPOSTA: Devo administrar 10 ml da suspensão de Keflex.


COMPRIMIDOS

Para o cálculo de medicamento com comprimidos, é necessário:
1-) Ler o rótulo do medicamento
2-) Observar se o medicamento é sulcado
3-) Se no medicamneto não for sulcado, deve-se massera-lo por inteiro e acrescer ml de água, cuja quantidade seja de fácil divisão.


COMPRIMIDOS

Leitura do rótulo: 300mg - 50 comprimidos


COMPRIMIDOS

Medicamento sulcado: pode ser dividido sem diluição Medicamento não sulcado: deve ser masserado e diluído

Medicamento sulcado

Medicamento não sulcado


APLICAÇÃO A PRESCISÇÃO

1-) Foram prescritos 150 mg de carbolim VO de 12/12h. Tenho no posto de enfermagem comprimidos sulcados de 300mg.Como devo proceder?
Esse procedimento só pode ser usado quando a divisão for exata. Carbolim de 300mg, onde cada lado possui 150mg
RESPOSTA: Devo cortar o medicamento ao meio e administrar metade que equivale a 150mg.


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

2-) Foram prescritos 125mg de vitamina C VO às refeições. Temos no posto de enfermagem comprimidos de 500mg. Como devo proceder?

1º) O medicamento não é sulcado

2 ) Devo massera-lo


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

3 ) Após esmagar o medicamento, devese acrescentar o solvente (água) que ficará a seu critério. Lembre-se: quantidade muito grande podem dificultar sua administração para crianças ou idosos. Procure sempre utilizar números que facilitem a divisão, exemplo 10.


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

Neste caso utilizaremos 10 ml de água como solvente.
1ª linha 2ª linha tenho PM

500 mg 10ml 125 mg X ml X . 500 = 125 . 10 X . 500 = 1250 X = 1250 500 X = 2,5 ml

RESPOSTA: Devo administrar 2,5 ml da solução preparada


IMPORTANTE:O COMPRIMIDO MESMO QUE DILUÍDO NÃO DEVE SER ADMINISTRADO EM HIPÓTESE NENHUMA POR VIA ENDOVENOSA.


AMPOLAS

Medicações em ampolas já vem diluídas, sendo necessário estar atento a quantidade que deve ser administrada e a coloração das ampolas. Ampolas de cor escura significa que a medicação é reagente a luz.


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

1-) Foi prescrito 1/3 de ampola de Plasil EV s/n. Tenho no posto de enfermagem ampolas de 2ml. Quanto devemos administrar?

1 ) 1/3 significa dividir em três partes e consumir uma parte.
2 ) A ampola contém 2ml, isso não dará uma divisão de fácil administração e sim uma dízima pois o resultado é de 0,66. Ml cada parte.
3 ) O que devo fazer?


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

4 ) Devemos rediluir a ampola acrescentando ml de água em quantidade, cuja divisão por três de um número inteiro. Exemplo:
a-)Tenho 2ml 3ml = 1ml adiciono 1ml
b-) Tenho adiciono 2ml 7ml 9ml = 3ml


IMPORTANTE
O PLASIL É UM MEDICAÇÃO QUE QUEIMA NA VEIA AO SER INFUNDIDA, POR ISSO ELA DEVE SER INFUNDIDA COM UMA QUANTIDADE DE ÁGUA ACIMA DE 5ML.

FRASCO AMPOLA

A medicação é apresentada em pó e deve ser diluida para a administração conforme prescição médica. Deve-se estar atento, pois existe frascos ampolas que possui seu diluente apropriado. Exemplo: omeoprazol.


APLICAÇÃO A PRESCRIÇÃO

Devemos administrar 400mg de Cefalotina EV de 6/6h. Tenho no posto de enfermagem fr/amp de 1g. Como devo proceder?
pó gramas

1ª linha Tenho pó = 1g 2ª linha PM EV = 400 mg líquido microgramas

duas grandeza diferentes e duas formas de apresentações


O QUE FAZER ?

1 ) Deve-se transformar grama em micrograma. 1g = 1000 mg
2 ) Deve-se transformar o pó em líquido acrescentando água ou soro fisiológico 0,9%


TRANSFORMAÇÃO

1ª linha Tenho pó = 1g

1000 mg

10 ml de água ou soro fisiológico 0,9%

1000 mg 10 ml


CÁLCULO DA MEDICAÇÃO

1ª linha Tenho 1000 mg 10 ml 2ª linha PM 400 mg X ml X . 1000 = 400 . 10 X . 1000 = 4000 X = 4000 1000 X = 4 ml

RESPOSTA: Devemos administrar 4 ml da solução


CÁLCULO DE PENICILINA

1-) Temos que administrar 2 000 000UI de Penicilina Cristalina EV de 4/4h. Tenho no posto de enfermagem apenas fr/amp de 5 000 000UI. Quanto devemos administrar? Apresentação do produto:5 000 000 UI de pó que equivale á 2ml.


CÁLCULO DE PENICILINA

1 ) Precisamos diluir o soluto (pó).
2 ) Tenho 5 000 000 UI = 2ml de pó + 8 ml de AD

Tenho PM

5 000 000UI 10ml 2 000 000UI X ml x . 5 000 000 = 2 000 000 . 10 X . 5 000 000 = 20 000 000 x = 20 000 000 5 000 000 X = 4 ml

RESPOSTA: Vou diluir em 8ml de AD a Penicilina Cristalina de 5 000 000UI e Utilizar 4ml desta solução.
QUALQUER DÚVIDA ENTREM EM CONTATO..ABRAÇOS

SONDA NASOGÁSTRICA E NASOENTERAL

A passagem de sonda gastrointestinal é a inserção de uma sonda de plástico ou de borracha, flexível, pela boca ou pelo nariz, cujos objetivos são:

  1. Descomprimir o estômago
  2. Remover gás e líquidos
  3. Diagnosticar a motilidade intestinal
  4. Administrar medicamentos e alimentos
  5. Tratar uma obstrução ou um local com sangramento
  6. Obter conteúdo gástrico para análise
TIPOS DE SONDAS - As mais utilizadas são as sondas nasogástricas e nasoentérica, sendo as mais utilizadas para descompressão, aspiração e irrigação (lavagem): Levin, gástrica simples de Salem, para administração de alimentos e medicamentos: Levin, Dubhoff (com fio guia, utilizada para nasoentérica) e para controle de sangramento de varizes esofageanas a Blackmore.

Sonda de Levin - possui uma luz única, manufaturada com plástico ou borracha, com aberturas localizadas próxima à ponta; as marcas circulares contidas em pontos específicos da sonda servem como guia para sua inserção.

Sonda gástrica simples - É uma sonda naso-gástrica radiopaca de plástico claro, dotada de duas luzes, usada para descomprimir o estômago e mantê-lo vazio.

Sonda de DubhoffSonda utilizada com freqüência para alimentação enteral, sendo que como característica possui uma ponta pesada e flexível, apresentando um fio guia métalico interno sendo está sonda direcionada a porção trans-pilórica (jejuno e doudeno).

Sonda de Blackmore - é uma sonda utilizada especificamente para o tratamento de sangramentos de varizes esofageanas, possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz para insuflar o balão gástrico e outra para o balão esofageano.

  1. Orientação ao paciente sobre o procedimento
  2. Lavagem das mãos
  3. Reunir o material e levar até o paciente: sonda, copo com água, seringa de 20 ml, gazes, lubrificante hidrossolúvel (xylocaína geléia) esparadrapo, estetoscópio e luvas.
  4. Posicionar o paciente em Fowler (45º).
  5. Medir o comprimento da sonda: da ponta do nariz até a base da orelha e descendo até o final do apêndice xifóide, no caso da sondagem Nasoentérica será acrescido 10 cm abaixo do apêndice xifóide, marcando-se com uma tira de esparadrapo.
  6. Aplicar xilocaína gel anestésico na ponta da sonda cerca de 10 cm aproximadamente.
  7. Introduzir por uma narina, e após a introdução da parte lubrificada, flexionar o pescoço de tal forma que o queixo se aproxime do tórax. Solicitar para o paciente que faça movimentos de deglutição, durante a passagem da sonda pelo esôfago, observando se a mesma não está na cavidade bucal.
  8. Introduzir a sonda até a marca do esparadrapo.
  9. Fixar a sonda, após a confirmação do seu posicionamento.
                                                                             Fixação

      COMPROVAÇÃO DE CORRETO POSICIONAMENTO
  1. Teste da audição: colocar o diafragma do estetoscópio na altura do estômago do paciente e injetar rapidamente 20 cc de ar pela sonda, sendo que o correto é a audição do ruído característico.
  1. Aspiração do conteúdo: aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico.confirmando o correto posicionamento, se com a aspiração quantidade de suco gástrico ou restos alimentares.
  1. Teste do borbulhamento: colocar a extremidade da sonda em um copo com água, sendo que se ocorrer borbulha, é sinal que está na traquéia caso contrario a sonda estará bem posicionada.
  1. Verificação de sinais: Importância para sinais como tosse, cianose e dispnéia.
ESPERO TER AJUDADO!!!ABRAÇOS...